- Gestão Logística
- | 06/05/2020
Descubra como é analisado o custo de armazenagem na logística moderna
Basicamente, o custo de armazenagem de um produto diz respeito aos gastos que uma instituição tem ao receber, estocar, movimentar e expedir mercadorias para seus clientes. Imprescindível para que a operação funcione, esse custo tem sua finalidade.
Caso se eleve além da medida ideal, no entanto, ele pode representar uma ameaça para a lucratividade e acabar aumentando o preço para o cliente final. Nesse sentido, o desafio que muitas empresas enfrentam é justamente fazer uma boa análise do custo de armazenagem e entender como esse movimento pode ser estratégico dentro da companhia.
Então, pensando nessa dificuldade, abordaremos neste artigo as diferentes categorias de custos, explicando como eles influenciam na precificação das mercadorias na logística moderna. Continue lendo e confira!
Os principais custos de armazenagem
Aluguel e custos com a estrutura do armazém
Uma empresa que não trabalha em uma estrutura própria para armazenagem precisa lidar com os custo de locação. Essa despesa é uma das principais, e precisa ser incluída no orçamento e na estrutura de custo dos produtos.
Além disso, vale dizer que, independentemente de ter um espaço próprio ou alugado, o gasto com o aluguel não é o único referente à estrutura. Você também precisará contar com:
- água;
- energia elétrica;
- impostos (como o IPTU);
- manutenções.
Caso o armazém compartilhe espaço com o escritório, tente delimitar a área ocupada pelo estoque para que o cálculo seja o mais preciso possível.
Mão de obra
Como você deve imaginar, este custo se refere ao que se gasta periodicamente com os colaboradores responsáveis pela execução e administração das operações desenvolvidas no armazém. Dentro desse grupo, costuma-se contar com:
- auxiliares;
- conferentes;
- assistentes;
- analistas;
- supervisores;
- coordenadores;
- gerentes.
Depreciação de máquinas e equipamentos
A depreciação é um termo frequentemente lembrado quando o assunto é o custo de armazenagem. Trata-se da desvalorização que os ativos de uma organização experimentam com o passar do tempo. Quem deseja fazer o cálculo desse custo deve saber por quanto tempo os bens são usados antes da troca.
Dessa maneira, o custo mensal da depreciação das máquinas e equipamentos vem da divisão do valor do investimento no ato da compra pelo número de meses em que o ativo será usado antes de qualquer substituição. Isso serve para empilhadeiras, racks e qualquer outro equipamento utilizado na área.
Aquisição de paletes
Utilizado na maioria das vezes para unitizar as cargas, a paletetização tem um papel essencial no aproveitamento inteligente do espaço dentro do estoque, garantindo mais segurança para os produtos e evitando avarias, por exemplo. Por isso, essa aquisição deve estar dentro do custo de armazenagem e também precisa ser inclusa no custo de depreciação.
Serviços de estoque
Todos os gastos utilizados com a gestão do estoque na logística moderna devem ser colocados na ponta do lápis.
Nesse caso, um exemplo do que não pode ficar de fora é o investimento em tecnologia que — dentre outras coisas — automatiza a rotina, tornando-a muito mais eficiente. Essa despesa deve ser levada em consideração, assim como tudo o que influencia diretamente a forma com que os serviços são executados na hora de armazenar.
Custo de oportunidade
Contabilmente, o custo de oportunidade não existe, já que não há uma despesa ligada a ele, mas sim uma perda de receita gerada a partir da imobilização de um capital.
Apesar disso, sempre existe um item de custo associado ao de oportunidade do imóvel, representando o quanto a organização poderia ganhar caso o vendesse e reinvestisse o capital (ou se decidisse alugá-lo).
Para calcular quanto vale esse custo de oportunidade, basta multiplicar o valor do ativo pela taxa de oportunidade da empresa. Tal taxa costuma variar entre 10 e 20% ao ano.
Como analisar o custo de armazenagem
Seja qual for o nível de sofisticação do sistema de custo de armazenagem, o ideal é que alguns passos sejam seguidos. Vejamos, então, quais são eles:
Identificação e cálculo dos itens de custo
A primeira etapa é identificar todos os itens de custos. Nesse momento, não agrupe as contas apenas de acordo com a natureza, pois isso impulsiona o condicionamento da alocação de todas as contas a um critério único.
Em vez de utilizar uma única conta de depreciação, por exemplo, você pode levar em conta a depreciação de cada ativo separadamente (rack, empilhadeira, palete etc.). Costumam fazer parte desses itens de custo:
- operadores de empilhadeira;
- supervisores;
- depreciação das empilhadeiras;
- custo de oportunidade das empilhadeiras;
- aluguel do armazém;
- depreciação dos racks;
- custo de oportunidade dos racks;
- salários;
- benefícios;
- manutenções.
Agrupar os itens de custos relativos a cada função (ou atividade)
Ao separar os custos de acordo com suas funções ou atividades, você facilitará a sua alocação nas próximas etapas.
Em operações mais simples, o sistema de custeio pode considerar as funções básicas da armazenagem. Já no caso de operações mais complexas, pode ser preciso subdividir as funções em atividades. Isso costuma acontecer quando se precisa movimentar produtos com características de acondicionamento (ou mesmo mercadorias muito diferentes entre si).
Itens que precisam de acondicionamento especial acabam pedindo a inclusão dos custos com os equipamentos de refrigeração (se for preciso) e consumo de eletricidade. Aliás, vale lembrar que, como essa questão está diretamente relacionada ao espaço físico, o grupo de custos dessa função costuma ser nomeado de custo da ocupação de espaço.
A influência do custo de armazenagem no preço final
A precificação engloba a margem de lucro que se deseja obter com as vendas e os custos relacionados aos itens. Isso quer dizer que quem pensa apenas no custo de aquisição dos itens para definir preço está agindo errado. Em adição, o ideal é considerar tudo o que está ligado aos esforços para disponibilização do produto, incluindo o custo de armazenamento.
Os gastos com armazenagem precisam ser incluídos no preço final. No entanto, se eles forem muito elevados, o preço do produto pode acabar ficando acima da expectativa de mercado. Como consequência, isso poderá espantar os clientes ou sacrificar sua margem de lucro, em uma busca de se encaixar na média praticada.
Algumas alternativas para diminuir os custos com estoques são:
- reduzir o lead time dos processos (de separação de pedidos e expedição, de abastecimento, por exemplo);
- diminuir os níveis de estoque;
- adquirir a cultura da melhoria contínua.
Enfim, percebe como a gestão de estoques tem um papel essencial nas instituições influenciando na satisfação dos clientes e na performance e saúde financeira do empreendimento? Por conta disso, faça o possível para não só conhecer, mas exercer controle sobre o custo de armazenagem, em busca de alcançar resultados ainda melhores.
Agora, se gostou do nosso post, aproveite para conhecer também os diferentes tipos de armazenagem e saiba como escolhê-los de forma estratégica!